Yoshi escreveu um livro, Deep Love, sobre uma prostituta adolescente de 17 anos e resolveu pública-lo através de telefones celulares. Como assim? Ele comprou um domínio na Internet e fez um site que era acessado apenas por celulares (sim, isso é muito popular no Japão). Ele investiu 900 dólares no projeto e, para promovê-lo, distribuiu cartões para garotas adolescentes no metrô de Shibuya, pois esse público era o que ele achava que mais iria se interessar pela história.
Resultado: pela promoção boca a boca, o site virou um sucesso. Mais de 20 milhões de acessos e, finalmente, o livro de Internet por celular virou livro de verdade, best-seller e, no final de 2003, mas de 500 mil cópias do livro tinham sido vendidas.
Mas Deep Love não era apenas uma história: quando terminou Deep Love: Ayu no Monogatari (A História de Ayu), ele públicou Deep Love: Host e mais duas continuações.
Bom, mas eu ainda não expliquei o fato de estar fazendo um post para ele. Tá certo que ele vendeu um monte de livros, mas e dai? Bom, em maio de 2004, Deep Love ganhou uma versão mangá sendo públicado na revista shoujo para garotas adolescentes Betsufure. Mais de um ano depois, eu baixo DEEP LOVE: Ayu no Monogatari e acho tão bom, mas tão bom que conto para tod@s @s meus @mig@s, faço eles baixarem (mesmo a maioria não tendo o menor interesse em mangá, mas eu tenho bons amigos, então eles baixaram mesmo assim ^^) e para minha surpresa, quase todos acabaram lendo TUDO e achando ÓTIMO. Ah, mas fique avisado: a história se trata de uma PROSTITUTA, então há algumas cenas mais pesadas, nada de parar o coração, afinal é um mangá para garotas adolescentes, mas mesmo assim...
DEEP LOVE: Ayu no Monogatari é a história de Ayu, 17, uma garota que se prostitui, não acredita no amor, nem na felicidade e é uma pessoa vazia, sem muitos sentimentos. Mas isso tudo muda, quando um dia, encontra uma velhinha que a fara mudar o jeito que ela pensa. E bom, vocês deveriam ler pois é MUITO bom. [x] [x]. Eu baixei a versão em Inglês que está muito bem feita, então recomendo.
Mas Ayu no Monogatari é só o ponta pé inicial. Depois foram públicados várias continuações contando a história de vários personagens do primeiro livro: o amor de Ayu; a melhor amiga e até o cachorro. Todos foram adaptados para mangá.
Fato que a série DEEP LOVE vendeu mais de 2 milhões de cópias, os mangás também venderam muito e Yoshi virou estrela no Japão. Ele mesmo dirigiu o filme e o drama baseado no livro.
Com o sucesso de Deep Love, cada um de seus livros atraiam mais atenção e tinham campanhas de marketing cada vez mais inovadoras ou grandiosas. Você quer saber mais sobre isso? Então espere pela segunda parte. Enquanto ela não chega, leia o mangá agora mesmo.
MAIS:
- Como eu já disse antes, DEEP LOVE começa com a história de Ayu, mas outros personagens da história ganharam seus proprios livros que foram adaptados para mangá. DEEP LOVE: Ayu no Monogatari foi traduzido por três grupos BE WITH YOU SCANS e depois em conjunto pela EDEN e pela Kotonoha, cujo site tem o mangá para direct download e a tradução foi muito bem feita incluindo até a carta do autor, então eu recomendo que baixem lá. Das outras três continuações, duas já tem seu primeiro cápitulo em Inglês: Deep Love HOST [que pela descrição da história e pelo que eu ouvi, é bem inferior há Ayu no Monogatari] e O Conto de Pao [A história do cachorro. Enquanto as outras três adaptações foram todas públicadas na Betsufure, essa foi públicada numa revista josei, ou seja, para mulheres mais adultas, acho que para atrair mais atenção]. Pretendo baixar os dois assim que acabar esse post. Também há uma versão shonen, DEEP LOVE: REAL que, pelo que ouvi falar, tem muito mais seios a mostra do que o shoujo, mas esse não está traduzido.
- A versão drama pode ser conseguida em RAW (ou seja, sem legendas em Inglês) no D-Addicts. Para felicidade geral, o primeiro cápitulo apenas está disponivel com legendas em Inglês aqui,.
- O site oficial de Yoshi aqui
E mais uma coisinha: Uma entrevista com Yoshi sobre Deep Love.
A entrevista é daqui, mas lá está uma completa confusão, sem paragrafos, tudo junto. Além disso, tem um spoiler que revela o final da história :x. Então, recomendo a minha tradução mesmo, hehe.
Folheie qualquer revista adolescente Japonesa e você vai achar. Entre as mini-saias e as pílulas para emagrecer, você vai ver um anuncio de pagina inteira para o livro e o filme que tocou uma geração de jovens garotas – “Deep Love”. Brutal, honesto e tocante, a historia segue Ayu, uma estudante que se prostitui.
Para muitos, “Deep Love” é mais fato que ficção. Fóruns na Internet estão cheios de mensagens de garotas que dizem se identificar com a vida da heroína. Para garotas em Shibuya, Ayu é como Holden Caulfield (nota minha: Protagonista de ‘O Apanhador no Campo de Centeio’) é para Ivy Leaguers (nota minha: acho que são os estudantes das universidades mais prestigiosas dos EUA).
Foi em Maio de 2000 quando “Deep Love” pareceu cair do céu. Capítulos apareceram em um servidor de Internet de telefone celular, fazendo da novela o primeiro livro a ser publicado em celulares. Milhares de folhetos com o http de “Deep Love” foi dado a garotas em Tokyo por um autor misterioso conhecido pelo publico apenas como Yoshi.
Através da propaganda boca-a-boca, o site recebeu mais de 20 milhões de visitas e o livro já tinha vendido 100 mil cópias. No final de 2002, a popularidade do livro continuava crescendo, fazendo com que a Starts Corp. lançasse uma versão do livro em “carne e osso” que já vendeu mais de 2 milhões de cópias. Os três spin-off e as adptações em formato de quadrinho que foram lançadas posteriormente também venderam muito bem em grandes redes de livraria como a Kinkokuniya.
A prosa de Yoshi é clara e direta, mesmo para padrões japoneses, algo que foi mostrado bem quando ele sentou na cadeira do diretor e adaptou “Deep Love” para a telona. O filme estreou na primavera de 2004, e igual aos livros, Yoshi conseguiu mais um enorme sucesso e fãs não param de adquirir o DVD em lojas Japão afora. Até o pendente no estilo que Ayu usava no filme viraram acessórios da moda.
Destory All Monsters está feliz de ter a oportunidade de conversar com Yoshi sobre seu trabalho.
“… muitas adolescents Japonesas acreditam que a única coisa que importa é o dinheiro, eu acho. Mas eu tenho que admitir que essa afirmativa também é valida para os adultos”.
Em primeiro lugar, você poderia nos dizer qual foi sua inspiração para a protagonista, Ayu?
Ayu é um reflexo dos Japoneses contemporâneos. As garotas que vendem seu corpo por dinheiro não são diferente dos adultos que vendem seus corações por dinheiro.
Porque num país de classe-média como o Japão tem tantas garotas menores de idade envolvidas em prostituição?
Porque muitas garotas adolescentes Japonesas acreditam que a única coisa que importa é o dinheiro. Mas eu tenho que admitir que os adultos também acham isso.
AIDS é um problema tão grave no Japão? Deveríamos estar preocupados?
Sim. De certa forma. Na verdade, acho que um problema mais perigoso e sério aqui. Japoneses não tem quase nenhuma informação sobre AIDS se comparado aos Americanos.
Seu estilo é bem direto. O fato de sua história ter sido publicada em celulares afeta sua escrita?
Sim. “Deep Love” é uma história de celular. E recentemente, o numero de pessoas lendo novelas tradicionais está diminuindo. Então, eu pensei que escrever a história num estilo simple ia atrair mais pessoas.
Que autores influenciaram seu trabalho?
Ruoarou Shiba, Ayako Miura e Saneatsu Mushanokouji, é claro, são autores que eu respeito. Eu não leio tanto assim, então eu não sei citar autores mais recentes.
Você foi um dos poucos autores a terem adaptado sua propria obra para o cinema. Tem alguma diferença em trabalhar nesses dois meios?
Sim. Em filmes não podemos explicar o que a nossa mente pensa tão detalhadamente. Logo, tudo tem que ser expressado através da atuação e da performance. Para mim, essa é a diferença que separa escrever um livro de fazer um filme.
O que te motivou a levar “Deep Love” para a telona?
Eu quero que o maior número de pessoas possíveis leiam a história. É por isso que eu transformei em um filme e em um mangá.
Na versão cinematográfica de “Deep Love”, um dos atores foi Naoto Takenaka, que é mais conhecida pelo público americano por seu trabalho em ‘Shall We Dance?’ (Nota minha: A versão japonesa, duh. Não a versão com a J.Lo ;D).
Ótimo, muito bom. Ele me ensinou muito durante as filmagens.
Que diretores você respeita e gosta?
Takeshi Kitano, sem dúvida.
As explosões de violência em Deep Love são muito Kitano-esque. Você gostaria de fazer mais filmes?
Claro. Estou planejando fazer um filme sobre o 2º livro na coleção Deep Love. (Nota minha: Nunca foi feito, acho que ele se contentou com a adaptação para a TV).
Depois de escrever um livro, um mangá e dirigir um filme, o que falta?
Televisão. Eu estou pensando em desenvolver um programa de TV baseado em Deep Love. (Nota minha: Dito e feito).
5 Comments:
Já estou pra ler DL há um tempão - os arquivos já devem ter mofado no HD XD Agora me animei. Depois leio a entrevista. Não quero spoilers, thank you very much XD
By Sabrina, at 11:46 PM
you're welcome ;D. espero q goste!
By André, at 12:07 AM
Terminei de ler. Bah, que coisa triste. Me deixou mal, tive que ler uma comédia em seguida XD
Mas veja só, que interessante. O colar da guria virou moda depois do filme. Eu penso que a existência de prostitutas adolescentes no Japão não se deve só ao fato de elas serem gananciosas. Há demanda, procura por elas. Pra mim isso é mais um reflexo da faceta pedófila da sociedade japonesa. Essa atração pelo kawaii, pelo infantil, enquanto aqui no ocidente temos essa atração por "estar jovem" totalmente separada do infantil.
Um ótimo mangá, obrigada pela dica XD
By Sabrina, at 6:40 PM
Que bom que você gostou do mangá.
E sobre oq vc falou sobre a faceta pedofila dos Japoneses, eu concordo plenamente. É assustador. Eu fico vendo aquelas matérias sobre Lollicon que você posta no seu blog e eu me assusto de verdade. E ninguém faz nada, os Japoneses ignoram tudo: tipo o bullying no Japão, é uma coisa revoltante como eles são EXTREMAMENTE cruéis e o fato do governo, das escolas, de Deus e do mundo ignorarem isso. Mas bom, voltando ao fetiche doentio dos Japoneses: aquele grupo Morning Musume, vc já ouviu falar? Então, elas são garotas novinhas e meio retardadas e o público-alvo é crianças e homens adultos. E as gravure idols, aquelas garotas que fazem livros de fotos e vídeos todos inocentes com elas andando de bicicleta e comendo balas mas tem todo um subtom erótico, até a garotinha que fez a Lua em formato humano no live-action de Sailor Moon fazia essas coisas e ela tinha uns 13 anos e depois os vídeos e livros são vendidos na sessão de livros/filmes adultos. Q tipo de pai deixa a filha fazer?
Japoneses, tanto homens quanto mulheres tem aquela fixação por coisas kawaii, jovens, isso explica o sucesso da Barbie, da Hello Kitty entre mulheres de 20 e poucos anos. É uma coisa cultural.
(ficou ENORME e CONFUSO esse comentário, mas acho q dá para entender ;D)
By André, at 7:12 PM
Vc me passou uma bateria de informações novas! Não sabia do grupo Morning Musume, nem das gravure idols! *totalmente chocada* Que horror! :x
Nunca fiz um post no blog aprofundado porque não tenho muito conhecimentos sobre o assunto. Eu posto as notícias e o que encontro nos blogs por aí mais por causa do choque que eu sempre levo :x
A sociedade japonesa tem problemas com a mulher, isso é claro. Mas essa atração dos homens e mulheres pelo "kawaii" é mesmo cultural. Será que o Japão tem altos índices de casos de abuso de crianças? Será que eles conseguem separar a fantasia da realidade? Eu descobri que alguns otakus misturam tudo. Mas não são todos, graças a deus. Muitos gostam de lolis nos animes/mangás porque simplesmente as acham cute demais (o tal do lance "moe") e não estão nem aí para crianças na vida real.
Enfim, o assunto é cabeludo :(
By Sabrina, at 5:19 PM
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